domingo, 17 de maio de 2009

Nouvelle Vague... Mon Amour

Primeiro: sou apaixonada por filmes franceses. Segundo: que esta paixao surgiu justamente a medida que fui conhecenco os incriveis filmes e autores da Nouvelle Vague. Truffaut eh o maior de todos pra mim, adoro e vi quase todos seus filmes, vejo, revejo... ja eh um amor declarado. Mas gosto muitiiiissimo de Rohmer tambem e gosto do que ja vi de Chabrol e Rivette, mas confesso que os que vi de Godard nao amei... rs
Sempre que surge alguma mostra que me possibilita ver mais filmes destes genios fico animadissima com a oportunidade. Seguindo a leva de acoes do Ano da Franca no Brasil, a Cinemateca teve a feliz ideia de promover a mostra " Mademoiselle Nouvelle Vague". Alguns filmes da mostra ja vi, mas vou tentar ver alguns que nao vi e me interessam. Ja vi dois e amei um deles:

* Ascensor para o Cadafalso - "Ascenseur Pour l'Échafaud" de Louis Malle 1957



Impressionante! Um filme otimo!! O primeiro filme de Louis Malle eh uma grande estreia (detalhe que descobri que ele tinha so 25 anos na epoca!!).
O roteiro eh bem-feito, bem amarrado, uma historia intrigante e interessante, atores otimos como a sempre incrivel Jeanne Moreau (que faz a enigmatica sra. Carala) e Maurice Ronet (como Julien Tavernier) e sequencias de imagens muito bem executadas. Toques de suspense, drama policial, pitadas de romance, tudo sob a estetica da nouvelle vague. E pra completar, a cereja do bolo fica por conta da trilha sonora - acho que uma das mais luxuosas da epoca - criada e executada por ninguem menos que Miles Davis! Muito bom!!!

* Nas Garras do Vicio - "Le Beau Serge" de Claude Chabrol 1958



O filme comeca bem interessante, com uma atmosfera meio enigmatica sobre as pessoas daquela pequena e pacata cidade do interior da Franca onde Francois volta depois de 12 anos. Um amigo de infancia se destaca por ter sua vida largada de lado, Serge. A partir dai comeca a desenrolar a historia. Tem bons dramas humanos - sempre tratados nos filmes da nouvelle vague - mas nao achei que o desenvolvimento da trama eh dos melhores... Achei bom, mas nao amei.

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26/05

* Signo do Leao - "Le Signe du lion" de Eric Rohmer 1959





Neste primeiro filme que dirigiu Rohmer ja imprime seu estilo que se tornou algo tao instrinseco: o de cineasta dos grandes dramas intimos. Pra mim ele eh um mestre em retratar com exatidao e sutileza os dramas mais delicados do ser humano. Neste filme ele conta a historia de Pierre, um musico que chega aos 40 anos e que nao consegue viver so de sua musica. Ele acredita ter herdado uma fortuna, mas descobre que nao foi bem assim... A partir dai inicia seu drama, seu mergulho no fracasso pessoal, moral, social... E Rohmer mostra isso muito bem, cena a cena, mostrando que a bela Paris tambem pode ser opressora e injusta. Os planos da cidade como coadjuvante sao otimos! Eh um rito doloroso que um ser humano passa... de se livrar de todo orgulho, ou quase todo.
O filme toca num assunto que ja pensei muito (sera q um dia posso virar uma mendiga? Pois acredito tanto que todos somos iguais que na verdade a posicao de alguem eh questao de oportunidade, nunca se sabe o que levou aquela pessoa estar nesta posicao hj e voce em outra...)
Voltando ao filme, alem da boa interpretacao de Jess Hahn, o personagem que surge no final eh quase um ser felliniano! Otimo, traz um humor social acido e divertido a trama, nao sei o nome do ator, mas ele eh perfeito!
Gosto muito de Rohmer e acredito que hoje entendo melhor como ele desenvolveu tantos bons filmes depois... comecou ja sendo um grande cineasta!

* Cidadao Langlois - "Citzen Langlois" de Edgardo Cozarinsky 1995



Para mim este documentario sobre Henri Langlois foi uma aula de cinema. Uma boa, interessante e importante aula sobre um dos personagens mais fundamentais para quem adora cinema (como eu rs). Henri era um verdadeiramente amante do cinema, ao ponto de se arriscar e viver todo uma vida por e para ele. Desde a infancia era fascinado por filmes, desenvolveu um olhar preciso e criou em si a necessidade de conservar e divulgar filmes. Aos 20 anos (em 1936) fundou o que seria uma das maiores referencias sobre cinema no mundo: a Cinematheque Francaise. Ela resistiu a segunda guerra e foi plco do surgimento de um movimento que agora faz 50 anos, a Nouvelle Vague. Ali que os jovens cineastas se encontravam, viam filmes, debatiam e criavam alguns dos melhores filmes que existem.
Henri Langlois viveu uma única paixão: a obsessão por salvar, conservar, mostrar, todos os filmes da história do cinema. Genio forte, figura carismatica e unica no meio do cinema e das artes. Para completar, o doc ainda conta com cenas incriveis de filmes antigos e dificeis de se achar, alem de depoimetos de personalidades como François Truffaut, Alfred Hitchcock, Jean-Luc Godard, Eric Rohmer, entre outros.

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